Demitido nesta segunda (4) do cargo da presidência da Fundação Nacional de Artes, a Funarte, o pianista Miguel Proença diz que se sentiu preterido de diálogos com o governo e que, durante todo o ano, apesar de sua insistência, não conseguiu ser recebido nem pelo presidente Jair Bolsonaro nem pelo ministro Osmar Terra, da pasta da Cidadania, à qual a Funarte é subordinada.
A demissão de Proença foi assinada pelo ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, e foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda. Para assumir seu lugar, está sendo considerado o diretor e dramaturgo teatral Roberto Alvim, atual diretor do Centro de Artes Cênicas da mesma instituição.
Alvim se aproximou de Bolsonaro no início do ano e foi nomeado para o cargo que ocupa desde julho. Em setembro, ele atacou Fernanda Montenegro nas redes sociais, quando a atriz se caracterizou como uma bruxa prestes a ser queimada em uma fogueira de livros, em foto publicada pela revista literária Quatro Cinco Um. Na ocasião, Proença se manifestou publicamente a favor da atriz. Segundo o pianista, o episódio não tem relação com sua demissão.
Proença diz ainda que, desde que Alvim assumiu o Centro de Artes Cênicas da Funarte, houve "uma quebra" do órgão em duas partes. O pianista tinha projetos direcionados à música e diz que sentiu que Alvim ganhou autonomia dentro do órgão e parou de responder hierarquicamente à presidência da entidade. "O que senti foi uma divisão da Funarte, fiquei presidente de uma parte. E a parte do teatro era dedicada ao projeto do Alvim, foi o que me causou incômodo. Eu não tinha acesso a falar com Alvim."
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