'Estou perfeitamente bem', afirmou. Bolsonaro realizou o exame na segunda-feira (7), após ter febre e sentir dores no corpo.
O presidente Jair Bolsonaro informou
nesta terça-feira (7) que seu exame para detectar se está com covid-19, a
doença causada pelo novo coronavírus, deu positivo.
Bolsonaro já havia informado a
apoiadores na segunda-feira (6) que estava com febre e dores no corpo e, por
isso, decidiu fazer o exame. Ele também disse que fez uma radiografia e que o
pulmão "estava limpo".
O presidente disse que chegou a ter
febre de 38 graus, mas que, à noite, a temperatura começou a ceder. Afirmou
também que sentiu mal-estar e cansaço. Ele disse que agora está se sentindo
"perfeitamente bem".
De acordo com o presidente, ele tomou
cloroquina, remédio que vem defendendo como tratamento para a covid-19. Não há
comprovação científica da eficácia da cloroquina para a doença.
"Estou bem, estou normal, em
comparação a ontem, estou muito bem. Estou até com vontade de fazer uma
caminhada, mas, por recomendação médica, não farei", afirmou.
O presidente tem 65 anos e faz parte
da faixa etária considerada por especialistas como grupo de risco.
Medidas de prevenção
Desde o início da pandemia no país,
no fim de fevereiro, Bolsonaro vem descumprindo orientações de autoridades de
saúde sobre medidas de prevenção do contágio.
Ele sempre foi contrário ao
fechamento do comércio e ao isolamento social, ações tomadas pelos governos
estaduais para diminuir o ritmo dos contágios. De acordo com especialistas, o
isolamento é a forma mais eficaz de evitar o alastramento do vírus.
Nos últimos quatro meses, Bolsonaro
provocou aglomerações ao visitar o comércio de rua em Brasília e em visitas a
cidades do entorno do Distrito Federal. Ele também participou de manifestações
a favor do governo. Em diversas dessas ocasiões ele não usou máscara, posou
para fotos, tocou nas pessoas.
Encontros recentes
No sábado (4), o presidente,
ministros e um dos filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP),
participaram de almoço promovido pela embaixada dos Estados Unidos no Brasil em
comemoração à independência norte-americana.
Na ocasião, os participantes posaram
para fotos sem máscaras. Em uma das imagens, Bolsonaro aparece abraçado ao
ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
A embaixada norte-americana informou
que o embaixador Todd Chapman não apresenta sintomas e "fará os
testes".
Também no sábado, o presidente viajou
para Santa Catarina, onde sobrevoou áreas atingidas por um ciclone na semana
passada. Conforme fotos divulgadas pelo Palácio do Planalto, o presidente,
usando máscara, apertou a mão de uma mulher, caminhou ao lado de políticos e
fez foto ao lado de funcionários do aeroporto.
Na segunda, Bolsonaro teve uma série
de reuniões ao longo do dia com ministros, entre os quais, Paulo Guedes
(Economia), José Levi (AGU), Braga Netto (Casa Civil), Jorge Oliveira
(Secretaria-Geral), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno
(GSI). Heleno já teve Covid-19 e se recuperou.
'Gripezinha'
"Em 24 de março, em
pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, Bolsonaro chamou a
covid-19, doença provocada pelo coronavírus, de "gripezinha".
"No meu caso particular, pelo
meu histórico de atleta, caso fosse contaminado com o vírus, não precisaria me
preocupar. Nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou
resfriadinho", afirmou na ocasião."
Outros testes
Desde março Bolsonaro fez outros três
testes para detecção do coronavírus. O primeiro foi realizado após retornar de
viagem aos Estados Unidos, na qual mais de 20 pessoas que tiveram contato com a
comitiva tiveram a doença.
Em maio, em uma ação movida pelo
jornal "O Estado de S. Paulo", o governo federal entregou ao Supremo
Tribunal Federal (STF) os laudos dos três exames, todos com resultado negativo.
Os exames foram entregues ao STF porque
o presidente anunciou várias vezes que os resultados eram negativos, mas se
recusava a mostrar os laudos.
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