Uma foto de policiais militares em uma operação no município de Bonito, na Chapada Diamantina, onde aparecem em pose em torno do corpo de um homem identificado como “Coninho”, apontado como líder de uma quadrilha que assaltou uma agência bancária em Mucugê na última quinta-feira (7), será motivo de sindicância por parte da corregedoria da PM-BA.
A imagem foi repercutida em vários sites e blogs na internet desde domingo (10). De acordo com nota da assessoria da corporação, em resposta ao Bahia Notícias, a entidade “não coaduna com o comportamento adotado pelos policiais militares da CIPE Semiárido que posaram numa foto exibindo o corpo de um criminoso responsável pelo roubo de uma agência bancária no município de Mucugê, na última quinta-feira (7)”. No texto, a Polícia Militar sinaliza que não deixará o fato cair no esquecimento. “A Corporação irá apurar o fato através de sindicância instaurada pela Corregedoria Geral”, diz a nota.
O caso aparece dias depois de a PM-BA ser apontada na sétima edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública como a que mais mata no país, ao mesmo tempo em que tem a aprovação de mais da metade dos baianos (54%). A foto também chamou a atenção da Ordem dos Advogados da Bahia (OAB-BA), que deve levar o caso ao plenário da instituição.
Segundo o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da secção baiana da OAB, Eduardo Rodrigues, a imagem traduz uma falta grave às regras de convivência em um Estado de Direito. “Não é porque o sujeito está morto que se tem o direito de desrespeitar o corpo dele, além de seus familiares.
A polícia também não pode usar o corpo de alguém como um troféu”, disse o advogado em entrevista ao BN. Rodrigues disse que uma audiência já havia sido marcada com a PM-BA, antes do ocorrido em Bonito, para tratar de assuntos referentes ao trabalho policial no estado.
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