O metrô de Salvador é o mais lento do mundo. Mas isso não tem graça: ele já custou R$ 1 bilhão e não funciona
O menor e mais caro metrô do mundo está na Bahia. Com apenas 6,5 quilômetros de extensão e custo total de R$ 1 bilhão, ganhou dos baianos indignados o singelo apelido de “autorama”. Só que não funciona. A construção do metrô de Salvador arrasta-se há uma década, o que também situa a obra entre as mais longas do gênero. É, sem dúvida, a síntese do que há de pior na administração pública brasileira: corrupção, burocracia, incompetência e descaso com o cidadão.
O projeto inicial previa 41 quilômetros, só que o investimento foi todo consumido no primeiro trecho, que deveria ser de 12 quilômetros, mas foi reduzido à metade. Para agravar, um estudo de viabilidade econômica do projeto mostra que, para cobrir os custos de operação, o bilhete do metrô poderá custar entre R$ 10 e R$ 15, seis vezes o preço em São Paulo. Chegou-se à conclusão de que o metrô não se sustenta economicamente, terá de ser subsidiado.
É muito curto e ainda por cima foi construído numa área que é bem coberta por outros transportes públicos. Hoje comandada pelo PMDB, a Companhia de Transporte de Salvador (CTS), que acompanha o andamento das obras, culpa a administração anterior pelo imbróglio. “Tudo começou na licitação feita pelo prefeito Antonio Imbassahy (PSDB)”, diz o diretor da CTS, Hebert Motta.
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