quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Neto diz que quer comprar Coronavac e critica postura de Bolsonaro sobre vacina: ‘Inaceitável’


A postura de Jair Bolsonaro sobre a Coronavac, vacina contra Covid-19 produzida por um laboratório chinês e o Instituto Butantan, voltou a ser alvo de críticas do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), nesta quinta-feira (22). O gestor afirmou que a atitude do presidente é “inaceitável” e um desrespeito com as famílias das mais de 155 mil pessoas que perderam a vida em decorrência da pandemia no Brasil (entenda a questão  Ele também reafirmou o interesse em adquirir a Coronavac. 

“Confesso que ontem eu fiquei chocado. Um país com mais de 5 milhões de casos, com mais de 155 mil mortos, de repente, o cidadão, que não tem nada a ver com a disputa política, com a disputa de A, B ou C, o cidadão se pega no meio de uma discussão ideológica, inaceitável, se a vacina deve ser da China, dos Estados Unidos. Pelo amor de Deus. É preciso que os governantes tenham respeito pela vida das pessoas, consideração pelas famílias das mais de 150 mil vidas perdidas”, defendeu Neto, em coletiva para detalhar mudanças que serão feitas no trânsito do bairro da Pituba.

 

Neto lembrou que ele e o governador Rui Costa mantiveram atuação conjunta no combate à pandemia, mesmo sendo adversários políticos, e disse que não entraria na disputa entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria. 

 

“Eu estive na semana passada com o governador João Doria para entender o estágio da vacina do Butantan. È a que me parece mais avançada, que deve ser primeiro concluída e disponibilizada para as pessoas. [...] Eu não vou me meter na disputa Doria e Bolsonaro. Me inclua fora disso. Agora, como prefeito da cidade, tenho que conversar com o governo federal, assim como tenho que conversar com prefeitos e governadores. Manifestei [a Doria] que a prefeitura está oficializando ao Butantan interesse em ter a vacina quando ela existir”, disse. 

 

O prefeito também defendeu que estados e municípios recorram ao Judiciário, caso o governo federal, por questões políticas e ideológicas, prejudique o processo de certificação de alguma vacina junto às autoridades sanitárias.

 

“É preciso concluir os testes, ter certeza sobre a eficácia, mas, uma vez isso superado, ela tem que ser imediatamente disponibilizada. O que não pode acontecer, de jeito nenhum, é um retardo no processo de certificação da vacina. Isso não vamos aceitar. Se acontecer, prefeitos e governadores devem estar prontos para acionar o Judiciário. A palavra final deve ser dos cientistas. Eles que conhecem”, argumentou. 

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