Nos próximos dias, o coordenador dos projetos especiais da Globo, Amauri Soares, vai almoçar com o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Entre prato principal e sobremesa, o executivo e o religioso, que está à frente de 125 igrejas com cerca de 40 mil fieis no país, discutirão interesses comuns entre emissora e evangélicos.
Até o fim de janeiro, o executivo da Globo também se reunirá com o bispo Robson Rodovalho, da igreja Sara Nossa Terra, que tem 35 templos no país e já atraiu para o seu rebanho familiares do apresentador Silvio Santos.
Durante horas, os religiosos visitaram o Projac, acompanharam gravações e negociaram apoio e cobertura para a Marcha para Jesus, o Dia do Evangélico e o Dia da Bíblia.Por sua vez, os líderes prometem apoiar o Festival Promessas, que a Globo criou em 2011 para divulgar a música gospel. A emissora confirma os encontros mas não comenta detalhes das conversas.
"Nos últimos cinco anos, a Globo se aproximou desse público porque tem lhe conferido não somente peso de formação de opinião, mas também de mercado consumidor", explica Karina Bellotti, doutora da Unicamp que estuda mídia e religião.
Para ela, "é importante destacar que a bancada evangélica cresceu no Congresso, assim como o poder aquisitivo de muitos evangélicos que ocupavam a classe C".
"Se você for colocar qualquer coisa aí [na reportagem], põe que não há nenhum acordo para nos proteger", ressalta o pastor Silas Malafaia. "Que cada pastor que pague a conta pela sua besteira."
"A decisão [de abrir mais espaço para evangélicos] é deles", completa Rodovalho.
MOCINHA EVANGÉLICA
Para os dois, chegou a hora de a Globo quebrar o último grande tabu: investir em personagens evangélicos na teledramaturgia. Quiçá numa mocinha do horário nobre.
Octávio Florisbal que já foi diretor-geral da emissora, já havia sido questionado sobre o assunto mas nunca deu resposta definitiva aos "Bispos", o que fez também Amauri Soares.
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