Três agências bancárias do município de Ituberá, localizado a 308 quilômetros da capital baiana, foram assaltadas na manhã desta quarta-feira (7). De acordo com informações da rádio Litoral FM, que acompanhou a ação, cerca de 15 homens assaltaram simultaneamente as agências do Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal da cidade por volta das 9h.
"Eles eram extremamente organizados, usavam capuz, colete à prova de balas e estavam fortemente armados com escopetas e outras armas de calibre alto", relata o radialista da Litoral FM, Carlos Alberto Pereira dos Santos. "Os assaltantes usavam rádios para se comunicar e estavam com uma rota de fuga já planejada, coisa de profissional".
A quadrilha fez com que clientes e funcionários ficassem parados na frente dos bancos, formando um escudo humano, a fim de dificultar a reação da polícia. Eles também atiraram contra as portas e janelas das agências, que têm cerca de 50 metros de distância entre si.
Onze pessoas foram feitas reféns durante a fuga dos bandidos - o gerente e mais quatro funcionários do Banco do Brasil e quatro funcionários da Caixa Econômica Federal, além de dois funcionários do Bradesco. Ainda conforme o radialista Carlos Alberto, os reféns foram liberados em seguida.
Ninguém ficou ferido durante o assalto. Segundo informações da Delegacia de Ituberá, os bandidos escaparam em três veículos: um Fiat Strada, um Chevrolet Corsa verde, e uma Mitsubishi L200 branca por uma estrada da zona rural, na direção do município de Nilo Peçanha.
Durante a fuga, os bandidos atearam fogo na pick-up utilizada durante o assalto para atrapalhar a perseguição da polícia. Perícias devem ser realizadas nas agências para determinar o quanto foi roubado, mas a quantia de dinheiro levarda durante a ação ainda não foi determinada.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP/BA) informa que guarnições das Companhias Independentes de Policiamento Especializado (Cipe) da Polícia Militar, em conjunto com policiais civis do Grupo Avançado de Repressão a Crimes Contra Instituições Financeiras (Garcif), montaram um cerco na região para localizar os assaltantes.
O Grupamento Aéreo da PM também realiza buscas nas cidades adjacentes. O policiamento foi reforçado nas estradas circunvizinhas e especialmente na rota identificada como a mais provável para a fuga.
Informações sobre a quadrilha podem ser repassadas através do Disque-Denúncia da SSP (3235-0000) ou através do número 181 pra quem está mora no interior.
136 ataques - Com o assalto em Ituberá, o número de ataques a bancos no estado subiu para 136, um crescimento de 41,7% em relação ao mesmo período do passado, segundo o Sindicato dos Bancários da Bahia. A maioria dos ataques se concentra no interior.
Os arrombamentos ou explosões continuam sendo a preferência das quadrilhas especializadas, com 69 ocorrências. Os assaltos chegam a 46, e as tentativas frustradas somam 21.
Assalto semelhante aconteceu na cidade em junho deste ano - Uma quadrilha de cerca de 20 homens também assaltou duas agências bancárias na manhã do dia 1º de junho, no município de Ituberá. Os assaltantes primeiro roubaram a agência do Banco do Brasil e em seguida realizaram um assalto no banco do Bradesco.
De acordo com o delegado da cidade, Sérgio Azevedo, os homens encapuzados e fortemente armados chegaram à cidade em três carros e fecharam as ruas que dão acesso aos bancos, que ficam próximos. Alguns deles estavam vestidos com fardas do exército.
Durante a ação, a quadrilha trocou tiros com a polícia e um jovem de 21 anos morador do município foi baleado na boca. O rapaz morreu após ser transferido do Hospital Municipal de Ituberá para o Hospital de Base em Itabuna.
Na fuga, os bandidos levaram reféns e fugiram a caminho da cidade de Gandu. Na saída da cidade, os homens abandonaram e queimaram um dos veículos utilizados, que havia sido roubado pouco tempo antes do assalto. Os reféns também foram liberados.
Pânico na cidade - Na ocasião, alguns moradores e também comerciantes da cidade contaram que todos ficaram em pânico no momento em que ouviram os disparos. A comerciante Edilene dos Santos, 32 anos, que mora próximo ao Bradesco, contou que o medo tomou conta da praça.
"Foi horrível. Ouvi muitos disparos e fechei as portas do mercado e da minha casa que fica no segundo andar. Foi realmente muito chocante" revelou.
Já Marilda de Oliveira, 37 anos, que trabalha em uma famárcia no centro da cidade, disse: "Vi pessoas correndo e em seguida todo mundo fechou os comércios. Estamos aqui trancadas", desabafou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do JORNAL ILHÉUS NEWS. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.