O advogado Marcelo Leal de Lima Oliveira, defensor do ex-deputado Pedro Corrêa (PP), afirmou que a legenda recebeu recursos não declarados do PT, prática conhecida como caixa dois. No depoimento, feito durante julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, Oliveira disse que os recursos foram levantados junto às empresas Bônus Banval e Natimar e serviram para ajudar na campanha eleitoral da sigla em 2004 e para pagar um advogado que defendia o ex-parlamentar do partido. Segundo o advogado, as siglas costuravam um acordo para o pleito de 2004 e não houve a compra de votos, prática que emprestou o nome “mensalão” ao escândalo. "Todas as testemunhas citadas pelo MP e pela defesa dizem que os recursos não foram para a compra de apoio. O que dizem as testemunhas, os recebedores? Todos confirmaram que os recursos eram para campanha política”, argumentou. Corrêa, que foi cassado em 2006, estava em seu sexto mandato e era presidente do PP quando o caso eclodiu. O ex-deputado é acusado de ajudar a negociar repasses para a legenda e de usar a Bônus Banval para distribuir o dinheiro. Ele admitiu ter recebido R$ 700 mil, mas disse que a quantia seria para pagar o advogado do ex-deputado Ronivon Santiago. O defensor do pepista também criticou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF). "Tem sido cômodo para a acusação, que aproveita trechos da palavra de corréus quando interessa, quando não eles são esquecidos", disse. Segundo ele, o MP deveria ter pedido a condenação de mais 17 pessoas que receberam dinheiro de Marcos Valério, caso estendesse os mesmos critérios que utilizou para denunciar os 38 réus citados nas investigações do mensalão. Oliveira também afirmou que Corrêa não conhecia a corretora Bônus Banval e que as acusações incidem sobre José Janene, ex-presidente da sigla, morto em 2010, contra o seu cliente. “A acusação disse que Janene foi responsável pela apresentação de Marcos Valério a personagens do PP. Nenhuma linha de Pedro Corrêa", declarou.
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