Foto: Carol Garcia / SECOM
Bahiapesca promove curso de pesca oceânica
A Bahia Pesca, empresa vinculada à Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), está capacitando um grupo de 50 pescadores artesanais de cooperativas de Camaçari e Itacaré para a atuar na pesca oceânica. Eles farão parte da tripulação dos quatro barcos para a pesca industrial em alto-mar, que receberão nos próximos meses, por meio de um convênio entre as cooperativas, o Ministério da Pesca, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Governo do Estado. Construídas no Estaleiro Phoenix, no estado de Alagoas, as duas primeiras embarcações chegam ainda este ano.
Após a primeira etapa do curso, na qual assistem a aulas teóricas, os pescadores são divididos em grupos de cinco tripulantes. A bordo do barco-escola da Bahia Pesca, eles passam três dias em alto-mar aprendendo na prática o dia a dia da pesca oceânica. Ao longo do treinamento, as aulas incluem disciplinas como introdução ao ambiente marinho, equipamentos de pesca oceânica, peixes pelágicos e sua distribuição, bem como a confecção de espinhel para pesca oceânica.
“Essa pescaria é rentável, e aqui na costa brasileira é onde o peixe está, então, com essa nova tecnologia, teremos mais sucesso daqui em diante”, explica o pescador Júlio César Carvalhal, membro da cooperativa de Arembepe, em Camaçari.
“Essa pescaria é rentável, e aqui na costa brasileira é onde o peixe está, então, com essa nova tecnologia, teremos mais sucesso daqui em diante”, explica o pescador Júlio César Carvalhal, membro da cooperativa de Arembepe, em Camaçari.
Exportação
O aprendizado do primeiro grupo resultou em cerca de uma tonelada de pescado. Espécies migratórias só encontradas em águas profundas como atum, dourado e peixe-espada, também conhecido como meca em algumas regiões e muito valorizado no mercado de exportação. Até pequenos tubarões foram fisgados com a ajuda das novas técnicas de pesca aprendidas durante a capacitação.
A chegada dos novos barcos construídos especialmente para esta modalidade abre uma nova fronteira para a pesca baiana, explica o gerente de pesca da Bahia Pesca, José Roberto Pantaleão. “Toda a nossa pesca artesanal é feita dentro da plataforma continental, que no caso da Bahia é estreita. Com a pesca oceânica, a idéia é criar condições para que os pescadores baianos possam capturar esse pescado de primeira qualidade”.
De acordo com Pantaleão, a falta de tradição e tecnologia local abre espaço para que embarcações de outros estados e até outros países pesquem em águas próximas ao litoral do estado, uma vez que a partir da distância de 200 milhas da costa, barcos de qualquer nacionalidade podem pescar livremente.
De acordo com Pantaleão, a falta de tradição e tecnologia local abre espaço para que embarcações de outros estados e até outros países pesquem em águas próximas ao litoral do estado, uma vez que a partir da distância de 200 milhas da costa, barcos de qualquer nacionalidade podem pescar livremente.
Produtividade
Os novos barcos serão os primeiros do tipo na Bahia e operam no sistema long line, com 100 quilômetros de linha principal, têm 21 metros de comprimento e 60 toneladas de arqueação bruta. Com autonomia para até 20 dias de pescaria em alto-mar, as embarcações têm capacidade para 40 toneladas de pescado, 20 mil litros de óleo e cinco mil litros de água, além de serem equipadas com dessalinizador, túnel de congelamento e duas câmaras frigoríficas.
Outro pescador de Arembepe, Joelson Barbosa, acredita na maior produtividade após os incentivos recebidos por meio da cooperativa. “É uma modificação importante, que valoriza nossa pescaria e traz mais renda para nossas famílias”.
Outro pescador de Arembepe, Joelson Barbosa, acredita na maior produtividade após os incentivos recebidos por meio da cooperativa. “É uma modificação importante, que valoriza nossa pescaria e traz mais renda para nossas famílias”.
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