Uma exposição com roupas, adereços, ferramentas de orixás e instrumentos sagrados de religião de matriz africana marcou a solenidade de encerramento do Projeto Rede Ardecente, realizada nesta sexta-feira (26), na Casa do Benin, no Pelourinho, em Salvador. Parte do Edital de Apoio a Empreendimentos Econômicos Solidários de Matriz Africana da Secretaria do Trabalho Emprego Renda e Esporte (Setre), o projeto formou 100 pessoas de comunidades do entorno de cinco terreiros de candomblé de Salvador. A Organização Social Filhos de Marujo foi a entidade executora dos cursos.
Moradora do bairro de São Cristóvão, Ana Marlene Torres, 44 anos, é uma das concluintes. Ela fez o curso de acessórios e costura. “Já tinha certa aptidão para esse ramo, o curso só reforçou isso”, conta Ana Marlene, que já confecciona tocas e aventais pra comercialização. “Nosso próximo passo é formar uma associação para confeccionar e produzir roupas, biojóias e acessórios”, planeja.
Presente na solenidade, o secretário do Trabalho e Esporte, Álvaro Gomes, destacou que “o objetivo do edital, além de difundir e preservar as raízes culturais e a religiosidade de matriz africana, contribui com a melhoria de vida, gerando emprego e renda nas localidades beneficiadas”.
O curso beneficiou jovens da Associação Religiosa e Cultural Santo Antônio de Pádua do Ilê Axé Ogum Osim Omolé (com oficinas de instrumentos/atabaques), Ilê Axé Iba Lugan (bordados e richilieu), Onzó Kanzuá Monaleuci Umguzo de Um Zambe, (vestimenta), Centro Cabloco Eru da Aldeia de Jequiriçá (ferramentas de orixás), Ilê Axé Opo Onirê (adereço de orixás). Essas instituições estão localizadas nos bairros de São Tomé, São Cristóvão, Paripe, Engenho Velho da Federação e Pau da Lima.
Considerado o maior do gênero firmado por um ente público no Brasil, o Edital de Matriz Africana da Setre tem um investimento de R$ 9 milhões. Lançada em março de 2014, a iniciativa oferece apoio institucional e técnico-financeiro a projetos apresentados por pessoas jurídicas de direito privado e sem fins lucrativos. O edital recebeu 80 propostas e classificou 54 instituições não-governamentais (ONGs), sendo conveniadas 36 entidades. Os recursos são oriundos do Fundo de Combate e Erradicação à Pobreza (Funcep).
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