segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Bolsonaro ataca Deltan em nova iniciativa para minar pré-candidatura de Moro


Em vídeo divulgado neste domingo (12), o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez ataques ao ex-coordenador da força-tarefa da operação Lava Jato Deltan Dallagnol, recém-filiado ao partido Podemos.

 

Bolsonaro disse que rejeitou uma audiência com o ex-procurador em 2019, no momento de discussão sobre indicação a procurador-geral da República, por receio de "sair uma história pronta" do encontro.
 

"Se eu tivesse audiência com ele, com toda certeza não ia indicar a PGR. Mas iria sair uma história pronta. Como faziam por ocasião de alguns depoimentos por ocasião da Lava Jato", disse Bolsonaro.
 

"Escrevia o depoimento, chamava o cara para assinar. E ia falar o quê? Que eu teria feito proposta indecorosa para ele. Salvar um amigo, parente", afirmou ainda.
 

As acusações do presidente ocorrem dois dias depois de Deltan se filiar ao Podemos, em cerimônia com a presença de Sergio Moro, ex-juiz responsável pelos processos da Lava Jato e ex-ministro da Justiça na gestão Bolsonaro.
 

Bolsonaro e Moro disputam parte do eleitorado da direita na corrida ao Planalto em 2022. O presidente tem ampliado os ataques a seu ex-aliado.
 

Nas últimas duas semanas, disse que o adversário faz campanha a presidente "na base da mentira", além de fazer "papel de palhaço". Também acusou Moro de ser contra as armas e nem sequer saber torcer por um time de futebol.
 

Como procurador, Deltan trabalhou na Lava Jato de 2014 a 2020. Em novembro, ele pediu exoneração do Ministério Público Federal dizendo que pretendia continuar trabalhando contra corrupção de outra forma.
 

Na filiação do ex-procurador, Moro fez ataques a Bolsonaro e ao PT. "Nossa turma é que a gente pode se orgulhar. Não somos a turma do mensalão, petrolão, rachadinha."
 

Moro pediu demissão do Ministério da Justiça em abril de 2020 e deixou o governo acusando Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal.
 

Ex-juiz responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, Moro se filiou ao Podemos, em novembro, para disputar o Palácio do Planalto.
 

No último dia 2, o presidente ainda reclamou que "deu moral" a Moro no momento em que o então ministro foi alvo de críticas por revelações de mensagens privadas que trocou com procuradores. Os diálogos foram obtidos pelo site The Intercept Brasil e publicados por outros veículos de imprensa, como a Folha.
 

Juiz da Lava Jato, Moro abandonou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro, com quem se desentendeu -isso motivou seu pedido de demissão em abril do ano passado.
 

Neste ano, Moro sofreu uma dura derrota no STF (Supremo Tribunal Federal), que o considerou parcial nas ações em que atuou como juiz federal contra o ex-presidente Lula (PT). Com isso, foram anuladas ações dos casos tríplex, sítio de Atibaia e Instituto Lula.
 

Diferentes pontos levantados pela defesa de Lula levaram à declaração de parcialidade de Moro, como condução coercitiva sem prévia intimação para oitiva, interceptações telefônicas do ex-presidente, familiares e advogados antes de adotadas outras medidas investigativas e divulgação de grampos.
 

A posse de Moro como ministro de Bolsonaro também pesou, assim como os diálogos entre integrantes da Lava Jato, que expuseram a proximidade entre Moro e os procuradores da operação.
 

Em resumo, no contato com os procuradores, Moro indicou testemunha que poderia colaborar para a apuração sobre Lula, orientou a inclusão de prova contra um réu em denúncia que já havia sido oferecida pelo Ministério Público Federal, sugeriu alterar a ordem de fases da operação Lava Jato e antecipou ao menos uma decisão judicial.
 

Moro sempre repetiu que não reconhece a autenticidade das mensagens, mas que, se verdadeiras, não contêm ilegalidades.
 

Reportagem da Folha neste final de semana mostrou que Bolsonaro deu mostras recentes de um comportamento que parecia ter deixado de lado: as reações explosivas.
 

Irritado, ele falou palavrões publicamente, reclamou da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e subiu o tom contra o STF. Auxiliares do Palácio do Planalto dizem que o mandatário se sente pressionado.
 

Os arroubos, afirmam eles, refletem incômodo com decisões recentes da corte que atingem o governo, a discussão sobre o passaporte da vacinação contra Covid e o avanço de Moro nas articulações pela campanha presidencial de 2022.
 

Contudo, os interlocutores ainda não demonstraram preocupação com a possibilidade da volta aos ataques que geraram crise institucional entre os Poderes, com ápice em atos de raiz golpista no feriado de 7 de Setembro.
 

Eles classificam esses momentos como desabafos do presidente. Dizem que, por mais que Bolsonaro tenha contido explosões nos últimos meses, ele não pode mudar seu jeito.
 

Dentre os episódios que causaram a fúria do presidente está a ordem de Alexandre de Moraes, ministro do STF, de apurar a conduta do presidente por falsa associação entre a vacinação contra a Covid-19 e o risco de se contrair o vírus da Aids.

Rui anuncia medidas para recuperar municípios que sofreram com chuvas no Extremo Sul


O governador Rui Costa (PT) realizou, desde as primeiras horas da manhã deste domingo (12), uma série de visitas e sobrevoos às principais localidades atingidas pelas fortes chuvas da última semana no Extremo Sul da Bahia. Ele acompanhou os danos causados aos municípios e o trabalho da força-tarefa mobilizada pelo governo do estado, que segue atuando na região, conversou com prefeitos, moradores e anunciou outras medidas para além das ações emergenciais em andamento.

 

Após pousar, ainda no início da manhã, no Aeroporto de Porto Seguro, o governador embarcou em um helicóptero. Ele estava acompanhado do senador Jaques Wagner e do secretário estadual de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti. Os primeiros sobrevoos foram no distrito de Nova Alegria, que pertence a Itamaraju, e sobre a sede de Jucuruçu. Logo após, Rui seguiu para Medeiros Neto onde, além de sobrevoar, caminhou pelas ruas da cidade para avaliar a situação.

 

“Vamos, a partir de agora, progressivamente, com a redução da água, iniciar a recuperação das cidades e a reconstrução de muitas casas para quem perdeu suas residências. Vamos atuar para minimizar os danos causados. Amanhã [segunda], vamos fazer uma grande reunião com órgãos e secretarias estaduais para deliberar novas ações”, explicou o governador quando já visitava o Posto de Comando Estadual da força-tarefa, em Itamaraju.

 

Rui também fez questão de registrar o agradecimento a todos que estão envolvidos no trabalho de socorro aos municípios. “Quero agradecer a todos os agentes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil, da Polícia Militar e, especialmente, aos voluntários, muitos deles, inclusive, que não são servidores públicos. Há um sentimento forte de apoio e solidariedade e a população de toda a Bahia também tem ajudado muito fazendo doações”, completou.

 

Além do apoio para recuperação e reconstrução das cidades, o governador afirmou que deve anunciar, nos próximos dias, a abertura de linha de crédito para apoiar a recuperação de comerciantes dos municípios atingidos. “Vamos conversar com a Secretaria da Fazenda e ver qual o apoio que podemos dar para o comércio. Vou me reunir também com a Desenbahia para avaliar uma linha de crédito para essas cidades onde os comerciantes perderam tudo, para que eles possam recomeçar”.

 

Também acompanhando os trabalhos ao lado do governador, o senador Jaques Wagner avaliou os estragos e reforçou a necessidade de medidas do governo federal na recuperação das cidades. “Foi um desastre em que as perdas foram muito grandes e, infelizmente, essas tragédias sempre acabam afetando mais as pessoas mais simples. Muita gente perdeu tudo que tinha. Vamos buscar rapidamente que sejam disponibilizadas verbas para socorrer essas pessoas. Espero que o governo federal também se manifeste, até porque é sua obrigação numa emergência como essa”.

 

Após deixar o Posto de Comando em Itamaraju, Rui seguiu para um sobrevoo ao município de Prado, também atingido pelas chuvas, onde encerrou as visitas.

 

Ao lado do governador durante toda a manhã, o secretário Marcus Cavalcanti fez um balanço das ações que já foram e estão sendo executadas pela Seinfra para liberar estradas, pontes e acessos que foram danificados pelas enchentes.

 

“Nossas equipes já estão trabalhando desde o início do período de chuvas. Dos três pontos de interrupção na estrada que liga a BR 101 a Jucuruçu, nós já liberamos dois, e o terceiro deve ser liberado até o início da noite deste domingo [12]. No município de Prado, também já estamos trabalhando para recuperar o acesso da ponte, com o aterro que cedeu, e lá também a previsão é concluirmos ainda neste domingo. Logo depois, começamos o trabalho para recuperar as três interrupções que temos na estrada entre Itamaraju e Prado. A estrada entre Alcobaça e Teixeira de Freitas já liberamos o tráfego e vamos também, junto com o governador, definir outras formas de apoio na recuperação da infraestrutura desses municípios”, detalhou Cavalcanti.

 

Os dados levantados pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) junto aos municípios mostram que as chuvas afetaram diretamente a vida de 69.198 pessoas. Houve registro de cinco mortos e 175 feridos. Há 6.472 desalojados e 3.744 desabrigados.

Jornalistas acusam equipe de segurança de Bolsonaro de agressão em Itamaraju


As equipes de reportagem da TV Bahia e da TV Aratu que cobriam, neste domingo (12), a visita de Jair Bolsonaro (PL) a Itamaraju, no Extremo Sul da Bahia, acusaram a equipe de segurança do presidente da República e alguns de seus apoiadores de agressão.

 

De acordo com informações do portal G1, a repórter Camila Marinho, da TV Bahia, teria sido agarrada pelo pescoço por um dos seguranças presidenciais, sendo imobilizada com uma espécie de “mata-leão”, golpe tradicional de artes marciais como o jiu-jitsu e o judô. 

 

Camila também teve sua pochete arrancada por um apoiador de Bolsonaro. O material da repórter foi devolvido tempos depois, pelas mãos de outro jornalista. Xico Lopes e Dário Cerqueira, profissionais da TV Aratu, também teriam sido agredidos pelos seguranças.

 

Após a confusão, a equipe presidencial seguiu para a sala de comando da operação, dentro de uma escola. As equipes de reportagem de ambas as emissoras decidiram não acompanhar, para evitar novos conflitos.

 

A assessoria de imprensa da Presidência chamou os repórteres dos dois veículos para dentro do local. Um dos integrantes da segurança pediu desculpas pelo que havia ocorrido do lado de fora.

 

Em nota, a TV Globo se manifestou sobre as agressões sofridas pelos repórteres de sua afiliada e da TV Aratu. A emissora carioca se solidarizou com os jornalistas, criticou a postura da Presidência da República e pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) aja contra a violência aos profissionais de imprensa.

 

“É escandalosa a atitude da Presidência de deixar jornalistas à própria sorte, em meio a apoiadores fanáticos, que são insuflados quase diariamente pelo próprio presidente em sua retórica contra o trabalho da imprensa”, diz a Globo.

 

“Frente aos evidentes e graves riscos enfrentados por repórteres de todos os veículos, é urgente que o Judiciário se pronuncie”, cobrou a emissora.

Em nova pesquisa, Lula lidera mais uma vez no 1º e 2º turno

 


A mais recente pesquisa realizada pelo Instituto Ideia e divulgada pela revista Exame mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria em todos os cenários simulados de primeiro e segundo turno nas eleições presidenciais de 2022.

No primeiro turno, o petista lidera a pesquisa estimulada com 37% das intenções, a frente de nove adversários. Já no segundo turno, Lula também vence o presidente Jair Bolsonaro (PL), Sergio Moro (Podemos), Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB). Em todos os cenários, não há possibilidade de vitória em 1º turno.

A pesquisa Exame/Ideia ouviu 1.200 pessoas entre os dias 6 e 9 de dezembro. Devido aos arredondamentos, a soma dos percentuais podem variar de 99% a 101%.

Primeiro turno

Lula chega a 37% das intenções de voto Em um cenário com nove candidato na pesquisa estimulada, Lula chega a 37% das intenções de voto, contra 27% de Bolsonaro, que fica em segundo.

Sergio Moro (Podemos) – 10%
Ciro Gomes (PDT) – 6%
João Doria (PSDB) – 4%
Rodrigo Pacheco (PSD) – 1%
Felipe d’Avila (Novo) – 1%
Cabo Daciolo (Brasil 35) – 1%
Alessandro Vieira (Cidadania) – 0%
Simone Tebet (MDB) – 0%
Ninguém/Voto branco/Voto Nulo – 10% Não sabem – 3%.

Segundo turno

Já no segundo turno, a pesquisa mostrou que, se a eleição fosse hoje, o possível candidato petista seria eleito contra qualquer um dos adversários. Com 47% das intenções de voto contra Bolsonaro, 48% contra Doria, 44% contra Moro, e 42% contra Ciro. Os números mostram também que a distância entre Lula e Bolsonaro caiu. Em novembro, Lula ficava 17 pontos percentuais à frente de Bolsonaro e agora são 11.

fonte:https://www.verdinhoitabuna.blog.br/2021/12/em-nova-pesquisa-lula-lidera-mais-uma.html

Rui Costa repudia violência contra equipe da Rede Globo no Extremo Sul


O governador da Bahia, Rui Costa, usou o Twitter para manifestar solidariedade e repudiar a agressão sofrida por uma equipe de reportagem da TV Bahia, afiliada da Globo no estado, durante cobertura da passagem do presidente da República, Jair Bolsonaro, na cidade de Itamaraju, neste domingo (12).

“Minha solidariedade à equipe de reportagem da Rede Globo, que foi agredida e impedida de realizar a cobertura jornalística durante carreata com o presidente em Itamaraju, na Bahia. A liberdade de imprensa é pilar fundamental da democracia e qualquer ataque ao jornalismo merece repúdio. O momento é de trabalho e solidariedade no Extremo Sul. Repudio violência contra a imprensa e oportunismo num momento de dor diante de uma tragédia. Vamos trabalhar”, escreveu Rui Costa na rede social.

Na manhã de hoje, o governador baiano esteve em quatro cidades da região, incluindo Itamaraju, e assegurou recursos para reconstruir os municípios atingidos pelas fortes chuvas na Bahia. Ele também antecipou que irá liberar linhas de crédito especiais para comerciantes que tiveram seus negócios comprometidos pelas enchentes. Uma força-tarefa do Governo do Estado atua na região desde o início das ocorrências no Extremo Sul.