De acordo com o doleiro, a empreiteira fez oito depósitos, entre setembro de 2011 a maio de 2012, a uma empresa de fachada que era usada no esquema de corrupção da estatal. Ao todo, os repasses chegaram a 4 milhões de dólares
O doleiro Alberto Youssef, acusado de comandar o esquema de corrupção da Petrobras, identificou para investigadores da Operação Lava Jato depósitos de 4 milhões de dólares que teriam sido feitos pela Odebrecht a uma empresa de fachada usada no esquema. A Odebrecht nega ter feito pagamentos a ex-diretores da estatal ou a qualquer intermediário. No entanto, o doleiro falou que o montante fazia parte de um pagamento de R$ 7,5 milhões em propinas no exterior.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, os documentos que se referem aos depósitos fazem parte do processo que levou à prisão dos dirigentes da empresa na semana passada, incluindo seu presidente, Marcelo Odebrecht. Ao todo, Youssef apontou aos investigadores oito repasses entre setembro de 2011 e maio de 2012 que teriam a Odebrecht como fonte originária.
Os depósitos foram para uma conta da RFY Import & Export, empresa de fachada controlada por Leonardo Meirelles, dono do laboratório Labogen. Meirelles admitiu ter feito operações superiores a US$ 100 milhões para Youssef, mas disse que precisava ir ao exterior para tentar identificar nos extratos a origem dos pagamentos.
Os extratos são de uma conta no Standard Chartered, de Hong Kong. Não há nomes de quem fez o depósito, apenas números. De acordo com Youssef, o diretor financeiro da holding da Odebrecht, Cesar Rocha, era o responsável pelos pagamentos.
O doleiro ainda disse que o acerto era referente a propinas devidas pela empresa pelos contratos firmados para obras na refinaria Abreu e Lima (PE) e no Complexo Petroquímico do Rio (Comperj).
Em nota ao jornal, a Odebrecht contestou Youssef e negou ter feito os pagamentos: “A CNO reafirma que não fez nenhum tipo de pagamento ou depósito para ex-diretores da Petrobras e seus supostos intermediários. As acusações de réu confesso em dezenas de processos que tramitam na Justiça Federal do Paraná são mentirosas. Todos os contratos obtidos, há décadas, pela CNO junto à Petrobras seguiram estritamente o que estabelece a legislação vigente”.
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