Um dia após ser excomungado pela Igreja Católica em Bauru (a 329 km de São Paulo) por fazer declarações em apoio aos homossexuais, o padre Roberto Francisco Daniel, conhecido como padre Beto, diz que se sente "honrado" por pertencer à lista de pessoas punidas por "buscar o conhecimento".
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Beto foi excomungado por não pedir desculpas pelos vídeos em que aparece contestando dogmas e princípios morais conservadores da Igreja.
A excomunhão do padre foi divulgada ontem pela Diocese de Bauru. Em comunicado, a diocese diz que Beto cometeu "gravíssimo delito de heresia" e traiu o "compromisso de fidelidade à Igreja a qual ele jurou servir no dia de sua ordenação sacerdotal".
Beto havia recebido prazo do bispo de Bauru, Caetano Ferrari, 70, para se retratar e "confessar o erro" cometido em declarações divulgadas na internet nas quais afirma que existe a possibilidade de amor entre pessoas do mesmo sexo, inclusive por parte de bissexuais que mantêm casamentos heterossexuais.
Beto optou por não se retratar e pediu afastamento da Igreja no último sábado. Ontem, o bispo disse que não aceitaria o pedido e publicou a excomunhão.
Para comentar a excomunhão, usou sua página numa rede social.
"Eu me sinto honrado em pertencer à lista de muitas pessoas humanas que foram assassinadas e queimadas vivas por pensarem e buscarem o conhecimento. Agradeço à Diocese de Bauru", afirmou.
O padre, que já era bastante conhecido em Bauru, ganhou atenção da imprensa nacional e internacional.
Na manhã de hoje, concedeu entrevistas a emissoras de rádio, TV e jornais. Uma das universidades em que dá aula chegou a ser "invadida" por jornalistas que queriam ouvi-lo.
Fieis admiradores do padre estão se preparando para realizar um protesto. Uma moção de repúdio on-line contra a excomunhão já reunia mais de 2.000 adesões no início da tarde desta terça-feira (30).
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