O presidente nacional do PT, Rui Falcão, defendeu nesta segunda-feira (11) a saída do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara de Deputados. Segundo o petista, o pastor é um "fundamentalista".
"Foi uma péssima indicação, não esperávamos que o PSC fosse indicar um fundamentalista", afirmou Falcão, ao chegar para o lançamento do livro "Um salto para o futuro", do ex-ministro Luiz Dulci, sobre os oito anos do governo Lula.
O dirigente disse esperar que o Congresso "possa reconsiderar" a decisão e "convencer o PSC a fazer outra escolha".
O PSC ganhou direito a indicar o presidente da comissão após um acordo entre partidos na divisão dos cargos nas comissões. No ano passado, a vaga pertencia ao PT.
Mais cedo, o ex-ministro da Secretaria dos Direitos Humanos do governo Lula, Paulo Vannuchi, também defendeu que o pastor deixe o cargo.
"As coisas são reversíveis. É preciso insistir na linha das manifestações deste sábado e dialogar com o presidente da Câmara, para sensibilizar que é ruim esse ambiente", afirmou.
O ex-ministro se referia aos protestos em diversas cidades contra a eleição de Feliciano que levou centenas às ruas.
Vannuchi defendeu uma "renegociação dos titulares de comissão" na Câmara. Para ele, Feliciano tem um "passivo de declarações problemáticas". Ele citou como alternativa a substituição de Feliciano por uma das duas deputadas do PSC, Antônia Lúcia (AC) e Lauriete (ES).
POLÊMICAS - Alvo de polêmica por declarações consideradas homofóbicas e racistas, Feliciano foi eleito com 11 votos dos 18 possíveis. Com quórum de 12 votantes, apenas um deputado votou em branco.
Num inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal)´, ele responde por preconceito e discriminação por uma frase em uma rede social. Ele já foi alvo de outro inquérito por injúria, arquivado no fim do ano passado. O pastor diz que a acusação de racismo é por conta de uma frase mal-interpretada e diz não ser homofóbico, mas afirma ser contra o ato sexual entre pessoas do mesmo sexo.
PSB - Rui Falcão afirmou também que o PT espera estar ao lado do PSB, do governador Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência, em 2014, quando Dilma Rousseff deve tentar a reeleição.
"Boa parte do PSB, com o sucesso da administração este ano, que é para onde eles estão trabalhando, vão convergir para esse tipo de posição", afirmou.
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