Um casal, sócio da empresa de marketing digital Priples, foi preso neste sábado (3), no Recife (PE), suspeito da prática de esquema de pirâmide financeira.
O estudante de ciência da computação Henrique Maciel Carmo de Lima, 26, e a mulher dele, a enfermeira Mirele Pacheco de Freitas, 22, foram presos em casa.
A Polícia Civil afirma que eles cometeram crime contra a economia popular e contra a ordem econômica e relações de consumo e podem ser condenados, cada um, a até nove anos de prisão pelos crimes.
O inquérito deve ser concluído em dez dias. A polícia diz que o casal ainda pode ser indiciado por suspeita de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Segundo a polícia, a empresa prometia rentabilidade diária de 2% sobre o valor inicial investido por cada um dos 209.933 clientes que a Priples indicava ter até o final da tarde deste domingo (4).
Na ilusão de obter altos lucros rapidamente, cada cliente se cadastrava, investindo de R$ 100 a R$ 10 mil e tinha a missão de atrair novos clientes.
Dessa maneira, a polícia entendeu que o lucro da empresa vinha de cada novo cadastro, e não de venda de produtos, configurando a prática de pirâmide financeira.
A empresa foi criada em abril deste ano e, de acordo com a Polícia Civil, atuava no mercado financeiro sem autorização da Receita Federal e do Banco Central.
O casal teve a prisão preventiva decretada pela Justiça de Pernambuco.
Três carros importados, um quadriculo e US$ 300 mil foram apreendidos na casa de Henrique e Mirele.
O patrimônio da empresa e as contas correntes da Priples e de seus sócios foram bloqueados. O dinheiro deve ser utilizado para ressarcir eventuais prejudicados.
A reportagem não conseguiu localizar advogados dos suspeitos neste domingo (4). Advogados da Priples negaram à TV Globo que a empresa promova pirâmide financeira e afirmaram que os sócios estavam colaborando com a investigação da polícia.
Nesta segunda-feira (5), os advogados devem tentar revogar a decisão da Justiça. Se não conseguirem, entrarão com um pedido de habeas corpus.
Henrique Lima foi encaminhado ao Cotel (Centro de Observação e Triagem Professor Everaldo Luna), ainda no sábado. Mirele Freitas foi levada à Colônia Penal Feminina.
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