Não é apenas o comércio do centro de Ilhéus que fechou as portas na manhã desta quinta-feira (02) como medo de arrastões. Estabelecimentos em bairros populosos da periferia, como Nelson Costa (norte) e Teotônio Vilela (oeste), também estão sem funcionar. Desde as 11 horas, quando foi iniciada uma onda de boatos sobre possíveis ataques, a cidade se recolheu e áreas, normalmente com movimentos significativos de pessoas e carros, mais pareciam o cenário do abandono.
Tudo começou pelo centro. Uma correria generalizada no Cerntro Histórico de Ilhéus, às 11h15min, assustou comerciantes, trabalhadores e turistas. Depois, a crise se estendeu a vários pontos da cidade. Alguns, boatos não confirmados. Outros, segundo testemunhas, ataques reais de bandidos, inclusive, alguns, fortemente armados.
Com a greve da PM, agentes da Polícia Federal ganharam as ruas do centro. A Secretaria Municipal de Turismo, para garantir a integridade física dos passageiros de um transatlântico aportado em Ilhéus, anunciou toque de recolher. Vans, ônibus e taxis fizeram a operação de retorno do Porto. Mas alguns turistas, bastante assustados, só aceitaram deixar estabelecimentos comerciais - onde haviam buscado proteção - com a presença de homens da Guarda Municipal, que tentavam auxiliar na operação.
No Malhado, houve tiros para o alto por parte de seguranças de um supermercado. Nas imediações da avenida Esperança, os boatos eram de saques em residências e assaltos à motoristas que passavam pelo local. Apesar de todas estas informações, parte das autoridades que estavam nas ruas de Ilhéus atribuia a situação a uma "onde de boatos provocada pelos policiais grevistas".
A Prefeitura anunciou que não abrirá mais as portas no dia de hoje. Os festejos pelo Dia de Iemanjá, sempre um evento importante no calendário turístico da cidade, foram esvaziados. Pouca gente arriscou a permanecer na praça Dom Eduardo onde estavam sendo depositadas as oferendas. A pedido do comando local da PM foram cancelados os festejos profanos do evento. A princípio está mantida para o final da tarde a procissão marítima.
Durante a manhã de hoje, Ilhéus viveu o caos. Ao meio-dia, por exemplo, a imagem do centro comercial era desoladora. Um dia, sem dúvida, para ser esquecido.
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