No décimo dia de greve dos professores da rede estadual de ensino, o secretário da Educação, Osvaldo Barreto, começa a dar os primeiros sinais de desgaste da relação com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), responsável pela deflagração do movimento. Apesar de evitar comentários sobre possíveis interesses eleitoreiros por parte da entidade sindical, Barreto não deixou de pontuar a politização do movimento – “Tem gente que procura fazer política em cima de qualquer questão” – e insinuou que a APLB tem privado os docentes de informações sobre o andamento das negociações. “Eu acho que a diretoria do sindicato não passa as informações corretas para os professores. A maioria deles não tem informação clara sobre o que está ocorrendo na negociação, o que foi aprovado na Assembleia e o que o sindicato está prometendo – o reajuste de 22%, que não está no horizonte do governo. [...] Há um descolamento, acho eu, do discurso do sindicato com a realidade e, portanto, um descolamento com a própria categoria”, disparou em entrevista ao programa Acorda pra Vida, da Rede Tudo FM 102.5, nesta sexta-feira (20). Já o governador Jaques Wagner estaria a par de toda a situação, pelo menos é o que garante o titular da Educação, que desmentiu a versão de que o gestor teria sido o último a saber do acordo firmado com a categoria. “O governador tinha conhecimento sim”, assegurou. Sobre o espinhoso assunto do corte de ponto dos grevistas, Barreto preferiu deixar a responsabilidade nas mãos da Justiça e da Procuradoria do Estado. “Nós temos a obrigação de encaminhar essa decisão. [...] Fomos orientados pela Procuradoria do Estado que, diante da decisão do juiz considerando a greve irregular, nós temos a obrigação de cortar o ponto dos professores que não forem às aulas”, eximiu-se para, em seguida, fazer um novo apelo para que “o bom senso prevaleça” e os docentes voltem ao trabalho.
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