A exposição “Jorge, Amado e
Universal”, em cartaz no Museu da Língua Portuguesa, no Centro de São Paulo,
foi aberta ao grande público como parte das comemorações oficiais pelo
centenário do escritor, nascido em 10 de agosto de 1912 e falecido em 6 de
agosto de 2001. A mostra, que ficará aberta até 22 de julho, traz livros,
filmes, jornais, fotografias, folhetos de cordel, ilustrações diversas, documentos
históricos, correspondências e objetos de uso pessoal do escritor mais popular
do país.
“Trata-se de uma megaexposição, com
acervo primoroso, que traz um olhar inusitado sobre o homem, o escritor e sua importante
obra. Isso sem falar no fato de que parte do conteúdo nunca foi vista pelo
público”, relata Maurício Corso, presidente da Fundação Cultural de Ilhéus
(Fundaci), que esteve presente na noite de abertura do evento.
A exposição “Jorge, Amado e
Universal” é uma realização da Grapiúna e da Fundação Casa de Jorge Amado, em
parceria com o Governo de São Paulo e com o Museu da Língua Portuguesa. O
desenvolvimento e a organização são da Nacked & Associados Mercado
Cultural, com o apoio da Fundação Cultural de Ilhéus (Fundaci). O ex-presidente
Nestor Amazonas e o atual presidente da Fundaci, Maurício Corso, receberam os
devidos créditos no painel principal de agradecimentos da exposição.
“Essa mostra é um desafio prazeroso de cumprir, tendo em vista a importância e alcance do homenageado e de sua obra. Buscamos elementos para que o público mergulhe em um vasto repertório de conteúdos”, afirmou William Nacked, coordenador do evento, responsável pelo projeto de restauração e revitalização da Casa de Jorge Amado em Ilhéus e importante parceiro da Fundação Cultural do Município.
A exposição “Jorge, Amado e
Universal”, que captou mais de R$ 3 milhões através da Lei Rouanet, ficará em
cartaz até o dia 22 de julho, no Museu da Língua Portuguesa, de onde segue para
o MAM de Salvador e, logo depois, para outras oito cidades do Brasil, entre
elas Recife, Ilhéus, Rio de Janeiro e Brasília. Na rota do exterior, estão
sendo organizadas temporadas em Porto, Lisboa e Buenos Aires, além da Feira do
Livro de Frankfurt, prevista para 2013. “Estamos solicitando ao William Nacked,
presidente da AMCCB, que depois da exposição rodar o mundo, ‘Jorge, Amado e
Universal’ fique definitivamente em Ilhéus. Será um grande presente para toda a
região grapiúna, onde, afinal de contas, tudo começou”, comenta Maurício
Corso.
Exposição
- Logo na chegada,
um mural de nove metros de comprimento por quatro metros de altura, com
azulejos brancos pintados com frases de Jorge Amado e figuras da cultura
baiana, recebe o visitante. Os números da exposição impressionam. São oito mil
fitas com mais de cinco mil personagens criados por Jorge Amado. Mais de 1.800
garrafas PET de dois litros de azeite de dendê, usadas para criar um movimento
visual do mar, além de engradados coloridos que representam a miscigenação,
temática recorrente do autor. Além disso, grades de ferro e quatro sacas de
cacau, importadas de Ilhéus e Itajuípe diretamente para a Estação da Luz, em
São Paulo, também formam a parte construtiva do projeto cenográfico, assinado
por Daniela Thomas e Felipe Tassara.
Cada um dos módulos distintos da exposição
é dedicado a um tema, como Personagens, A Vida Política, O Sincretismo e a
Miscigenação, A Sensualidade, A Bahia, A Fortuna Crítica, As Festas Populares,
A Cronologia e a Presença no Exterior. “A partir do desenvolvimento de cada um
desses temas, a exposição adquire um formato amplo e diverso. Jorge Amado é um
ser humano superlativo, então a mostra também é”, diz Ana Helena Curti, que
responde pela coordenação geral de conteúdo.
O público encontra ainda nove
instalações multimídias, mais de 600 imagens, 80 documentos originais, 110
livros, 243 placas de cronologia e uma instalação que representa as rotativas
da imprensa alternativa em movimento. Vídeos produzidos pela O2 Filmes, com
depoimentos do próprio Jorge Amado e de estudiosos de sua obra, além de
inúmeros amigos e familiares que ajudam a compor o universo do escritor.
Amigos - Na exposição, é possível encontrar
muitos manuscritos, ver retratos do escritor com os amigos Carybé, Fidel
Castro, Roman Polansky, Tom Jobim e Pierre Verger, entre outros, e ler cartas
enviadas por Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade e Dorival Caymmi. Alguns
documentos e correspondências são do acervo da família do escritor e ainda não
tinham sido colocados à mostra. Outro destaque da exposição é a instalação com
diversas camisas coloridas, marca registrada do escritor grapiúna.
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