Garantir os limites territoriais assegurados pela lei e em
especial o respeito a todo o trabalho desenvolvido por uma comissão formada por membros do Governo do
Estado da Bahia, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e
das prefeituras regionais que confirma pertencer a Ilhéus a área pretendida
pelo município de Itabuna. Esse foi o objetivo da sessão especial realizada na
tarde da ultima quarta-feira (25) pela Câmara Municipal de Ilhéus, requerida
pela vereadora Professora Carmelita Ângela, para discutir os limites
territoriais dos municípios baianos. A proposta é evitar que seja aprovado pela
Assembléia Legislativa do Estado da Bahia o pedido de Itabuna que pretende
anexar ao seu município parte do território ilheense,
definindo
como marco as proximidades da Fazenda Primavera, contrariando as análises
feitas por técnicos do Governo do Estado e do IBGE.
A sessão contou com a presença das
deputadas estaduais Fátima Nunes (PT), membro da Comissão
Territorial da Assembléia Legislativa, e Ângela Souza (PSD), além de
representantes do Governo Municipal, sindicatos, associações, clubes de
serviços, Organizações Não-governamentais, representantes de religiões e dos
mais diversos segmentos da sociedade civil organizada contrários à proposta
apresentada pela Prefeitura de Itabuna que busca se apossar indevidamente do
território ilheense. Da sessão especial saíram diversas medidas, ações e
protestos que serão realizados nos próximos dias com o objetivo de mostrar que
a lei precisa ser cumprida e os limites territoriais dos municípios devem ser
respeitados.
Soberania de Ilhéus
– Na lista de ações e movimentos propostos pelos segmentos governamentais e
pela sociedade civil organizada ficou acertada a elaboração de um documento que
será encaminhado ao todos os deputados estaduais da Bahia, mostrando a
seriedade e a imparcialidade do documento elaborado pela comissão técnica que
avaliou e realizou os estudos sobre os limites territoriais e exigindo que a
proposta apresentada pela comissão seja respeitada, garantindo a posse das
terras ao município de Ilhéus. Também ficou decidida a construção do portal da
cidade nos limites territoriais entre Ilhéus e Itabuna, a realização de uma
audiência pública e a mobilização para o do Dia de Luta em defesa do território
da cidade. Representando o prefeito de Ilhéus, Newton Lima, o secretário de
Governo e Ações Estratégicas, Ednei Mendonça, garantiu que todas essas ações
discutidas e propostas pela sociedade ilheense serão apoiadas e implementadas
pela Prefeitura.
Autora
do requerimento propondo a sessão especial, a vereadora Professora Carmelita
defendeu a manutenção da
soberania de Ilhéus e condenou a tentativa de lideranças políticas de Itabuna
de “esticar” os limites territoriais entre os dois municípios para próximo à
sede regional da Ceplac, integrando empreendimentos como o Makro e o Atacadão à
vizinha cidade. “Ilhéus é nossa. Já fizemos
debates e discussões, apresentamos moções e documentos geográficos que
comprovam o nosso direito. Não podemos esperar que as coisas acontecessem para
começar a se lamentar. Tudo que deveria ser feito pelos critérios técnicos foi
feito. Se agora os critérios são políticos, queremos o apoio, sentar com os deputados baianos e dizer a eles que não
queremos nada além do que já nos pertence de fato e de direito”, afirmou.
Limites
comprovados – Numa
explanação bastante técnica e fazendo um cronograma de todo o trabalho de
estudo realizado pela comissão que avaliou os limites territoriais dos municípios
baianos, o chefe de Gabinete da Prefeitura de Ilhéus, José Nazal Soub,
comprovou, através de documentos, mapas, entrevistas e visitas aos locais, que
as áreas pretendidas pelo município de Itabuna estão, de fato, no território
ilheense. Nazal fez questão de evidenciar que todo o trabalho realizado pela
comissão teve como princípios norteadores itens como a imparcialidade, o
direito do contraditório, o compromisso com soluções, o predomínio de interesses
públicos, a preocupação com a solução dos problemas, a responsabilidade
financeira e, por fim, o sentimento de pertencimento da população.
Desse estudo detalhado ficou
confirmado que as áreas realmente pertencem a Ilhéus. Com base nesse trabalho,
fruto de exaustivas reuniões, discussões, análises de documentos e visitas às
áreas onde ocorreram os conflitos, a Superintendência
de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI),
autarquia da Secretaria do Planejamento do Governo do Estado, encaminhou o projeto para a Assembleia Legislativa. Os estudos técnicos
confirmam pertencer o território a Ilhéus, mas a decisão agora será
eminentemente política. Inicialmente, o projeto será encaminhado à Comissão de
Assuntos Territoriais e Emancipação e, posteriormente, ao plenário da Assembleia
Legislativa da Bahia.
Diálogo com a sociedade – A deputada estadual Fátima Nunes destacou a necessidade de abrir cada
vez mais o diálogo com a sociedade para mostrar que o território de Ilhéus
precisa ser respeitado. Fátima Nunes garantiu que na próxima quarta-feira (2)
estará apresentando um requerimento propondo a realização de uma audiência
pública da Comissão de Assuntos Territoriais e Emancipação da Assembleia
Legislativa em Ilhéus, com a proposta de mostrar aos deputados todo o estudo
realizado pela SEI, pelo IBGE e pelos técnicos dos municípios baianos, como
forma de garantir que a proposta apresentada seja respeitada. A senadora Lídice
da Mata (PSB) também enviou mensagem à Câmara Municipal, destacando que Ilhéus e Itabuna são cidades-irmãs e
elas se completam. A senadora defendeu que nas áreas onde não há litígios, como
é o caso, deve permanecer como estão, respeitando assim o trabalho realizado
pelos técnicos da SEI e do IBGE.
Também
presente ao evento, a deputada estadual Ângela Sousa conclamou todos os
ilheenses a lutar por seu território e orientou que a cidade não abra mão de
suas terras. A deputada destacou a necessidade de retomar nos ilheenses o
sentimento de pertencimento, confirmando seu amor pela cidade e garantiu que na
Assembleia Legislativa já estão sendo realizadas reuniões com os deputados
mostrando a necessidade de se respeitar a decisão técnica da SEI e do IBGE.
Segundo ela, os partidos políticos ligados ao Governo do Estado já estão se
mobilizando para garantir o território ilheense.
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