Por: Mário de Queiróz
Texto legenda: O campeão Yuri Soledade ao lado de sua mulher Maria e seus filhos.
Há 17 anos, morando na ilha de Maui no Havaí, o surfista ilheense Yuri Soledade, 36 anos, poderá ganhar o Oscar das Ondas, o Billabong XXL Global Big Wave Wards 2012, na categoria Monster Paddle (maior onda surfada na remada). Considerado o melhor atleta do mundo em sua categoria, Soledade está concorrendo ao Oscar do surf, após pegar recentemente uma onda gigante em “Jaws” (Havaí), quando sofreu um grave acidente com várias fraturas no rosto, mas se recupera bem. “Jaws” é a onda gigante mais difícil e perigosa do planeta.
Campeão mundial por várias vezes, na modalidade Tow-In (ondas gigantes) onde o atleta entra na onda levado por um Jet-sky, Yuri passou recentemente por Taiti, Peru, Chile, México, Califórnia, Ilhas Fiji e Brasil, subindo ao pódio sempre em primeiro lugar, conquistando mais fama, prêmios e troféus.
UMA TRAJETÓRIA VITÓRIOSA
Já vai longe o tempo em que o atleta surfista Yuri Soledade, pegava ondas escondido, nas praias de Batuba e Back-door, no paradisíaco Sítio Histórico de Olivença, há 18 km ao sul de Ilhéus (onde foi retirado da água por várias vezes) porque seus pais Toinho Lima e Regina Helena, achavam o surf, uma coisa de vagabundos. Hoje pensam diferente.
Naquela época com dez anos de idade, Yuri pensava em estudar, tanto que em 1994, passou no vestibular de Engenharia Química da UFBA- Universidade Federal da Bahia. Mas sua paixão maior era o surf. E para sorte sua, teve como mestres, seu irmão Júnior, (que lhe deu a primeira prancha) e o Campeão Mundial Jojó de Olivença, seus amigos e vizinhos.
Após conquistar vários campeonatos e torneios em Ilhéus e Olivença, o menino sonhador se mandou com mochila e papagaio para Salvador onde começou a fazer faculdade e surfando só nos finais de semana, logo se consagrando campeão do Circuito Nordestino de Surf na categoria Júnior.
Era apontado pela mídia como um expoente no surf. Daí pra frente sua vida mudou. Uma trajetória vitoriosa. Ganhou vários torneios e campeonatos no Brasil se tornando a bola da vez do surf. Com essas conquistas, o garoto Ilheense resolveu atender o convite que lhe fez seu tio, Paulo Mago Lú (há muitos anos radicado em Maui) para que visitasse o Havaí e conhecesse suas ondas, principalmente “Jaws”, a maior do mundo.
Não titubeou, pegou uma passagem aérea que ganhou em uma competição, colocou U$ 50,00 dólares na carteira e imitando Fernão Capelo Gaivota, alçou um longo vôo e chegou ao Havaí em 12 de Março de 1995. Foi passear na Ilha de Maui onde, pretendia passar três meses. Mas, o destino quis diferente. Aconteceu um amor à primeira vista. Yuri se apaixonou tanto pelo Havaí e suas ondas gigantes que até hoje mora na Ilha, onde se tornou empresário e se casou com a brasileira Maria, com quem tem três filhos. Agora o atleta está concorrendo ao Oscar das Ondas e é apontado pela mídia mundial como favorito.
EMPRESÁRIO BEM SUCEDIDO
O campeoníssimo Yuri Soledade, além de premiado atleta é também um dos mais bem-sucedidos empresários do setor de alimentação de Maui. O restaurante Fish Market (onde ele foi lavador de pratos, cozinheiro, gerente e agora sócio-proprietário) é um dos mais badalados da ilha e tem presença constante de famosos atletas do surf do cinema e da TV. Acordando sempre às quatro e meia da manhã, lhe sobra tempo para ensinar o surf para adolescentes. Para seu orgulho, seu primeiro aluno Ian Gentil, foi tetra campeão norte-americano e considerado um dos melhores do mundo.
Capa das maiores revistas de surf do mundo, que lhe dedicam sempre grandes espaços (no ano passado foi capa da revista Fluir), o Big Rider ilheense é também garoto propaganda e sócio da marca Mahalo, uma referência no mundo do surf e dos esportes.
No ano passado, Yuri esteve em Ilhéus por várias vezes visitando seus pais Antônio Lima e Regina Helena, proprietários da Cabana Porto Bahia, na Praia dos Milionários, onde gosta de relaxar e comer moquecas e caranguejos ao lado da família e dos amigos. Ele também tem planos de passar metade do ano no Havaí e metade do ano no sul da Bahia.
Fonte: Arquivo de Regina Helena.
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